Toxoplasmose ocular atípica
um desafio diagnóstico?
DOI:
https://doi.org/10.70313/2718.7446.v18.n3.432Palavras-chave:
toxoplasmose ocular, uveíte, papilite, necrose aguda da retinauveíte, necrose aguda da retinaResumo
Objetivo: Descrever as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes com toxoplasmose ocular atípica atendidos na Seção de Uveítes do Hospital Interzonal Geral de Agudos Rodolfo Rossi (HIGA Rossi).
Materiais e métodos: Estudo retrospectivo que avaliou os prontuários médicos de pacientes com diagnóstico clínico de toxoplasmose ocular tratados entre junho de 2023 e junho de 2025. Casos atípicos foram identificados com base em critérios clínicos: retinocoroidite pseudomúltipla, retinite extensa, papilite sem foco adjacente, necrose retiniana aguda ou imunossupressão. Dados clínicos, sorológicos e de tratamento foram coletados e analisados descritivamente.
Resultados: Foram encontrados 23 pacientes com toxoplasmose ocular, dos quais 6 (26,1%) apresentaram formas atípicas. O motivo mais frequente de consulta foi diminuição da acuidade visual. Todos os pacientes apresentaram IgG positivo e apenas 7 IgM positivo. O tratamento incluiu agentes antiparasitários e, em casos selecionados, corticosteroides sistêmicos. As complicações observadas foram catarata, glaucoma, membrana epirretiniana e descolamento de retina.
Conclusão: Nesta série, as formas atípicas de toxoplasmose ocular foram incomuns, mas clinicamente relevantes devido à dificuldade diagnóstica e ao tipo de complicações. Sua identificação requer alto nível de suspeita, especialmente em pacientes imunocomprometidos. A abordagem terapêutica deve ser individualizada e monitorada de perto.
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