Uso de tacrolimus tópico a 0,03% como agente imunomodulador em ceratoplastia de alto risco
DOI:
https://doi.org/10.70313/2718.7446.v18.n4.465Palavras-chave:
tacrolimus, ceratoplastia penetrante, rejeição do enxerto, córnea, imunossupressãoResumo
Objetivo: Avaliar os resultados clínicos da utilização de tacrolimus tópico a 0,03% como agente imunomodulador em pacientes submetidos a ceratoplastia de alto risco.
Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo, descritivo e observacional de série de casos entre maio e dezembro de 2024 na Clínica de Oftalmologia Colsubsidio (Bogotá, Colômbia). O tacrolimus a 0,03% utilizado foi uma preparação manipulada (Laboratório ILAB). Foram incluídos pacientes submetidos a transplante de córnea de alto risco e tratados com tacrolimus tópico concomitantemente com acetato de prednisolona a 1%. Foram analisadas a taxa de rejeição imunológica, a melhor acuidade visual corrigida (AVMC), os efeitos adversos e a adesão terapêutica. Análises bivariadas foram utilizadas para explorar associações entre variáveis clínicas e desfechos.
Resultados: 15 casos foram incluídos. A AVMC média apresentou melhora clinicamente significativa, passando de 1,98 ± 0,32 logMAR no pré-operatório para 0,57 ± 0,20 logMAR no pós-operatório. A adesão adequada ao tratamento foi de 80,0%. A sobrevida do enxerto corneano foi de 66,7%. Constatou-se que 60,0% dos episódios de rejeição estavam diretamente associados à baixa adesão. Os efeitos adversos, como queimação e sensação de corpo estranho, foram leves e transitórios, ocorrendo em 40,0% dos casos, sem que eventos graves fossem documentados.
Conclusões: O tacrolimus tópico a 0,03% associou-se à recuperação visual em transplantes de córnea de alto risco. A taxa de sobrevida do enxerto de 66,7% e o seu perfil de segurança corroboram a sua utilização como opção terapêutica. Considera-se essencial que os protocolos de manejo enfatizem a adesão ao tratamento.
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